domingo, 7 de julho de 2013

O Rodeio está chato

O assunto é o mesmo de sempre, aliás, está chato também como assunto: o Rodeio.



    Qualquer conversa de gente que quer o bem do rodeio o assunto é a imediata necessidade de repensar nosso esporte. No estágio em que ele está é uma sinalização do fim. Parece conversa de terrorista? Pode até parecer, mas não é. A nossa realidade diz que o show proporcionado pelos nossos cowboys está extremamente dependente de shows dos artistas, para a nossa  sobrevivência, uma vez que o rodeio como atração, não empolga ninguém.

Nesta semana, em conversa com dois grandes conhecedores do rodeio brasileiro, discutimos bastante sobre o assunto. Chegamos à conclusão que o rodeio está chato. Ninguém aguenta ficar sentado na arquibancada vendo o rodeio. O que se vê hoje é um publico somente nos camarotes, geralmente conversando e invariavelmente de costas para a arena. Na arquibancada apenas os bancos vazios. O público fica pela área comercial e barracas, ou até mesmo encostado na arena, à espera da abertura para chegar bem próximo do palco. Seu interesse é o show da noite. Estamos dependentes dos shows!
De quem é a culpa?
De todos nós que organizamos e trabalhamos no rodeio.
Como disse Gleydson Rodrigues em seu blog aqui no Rodeio Magazine, o rodeio é uma sanfona. Atende interesse do organizador e é o “patinho feio”, existe apenas para preparar e aguardar a apresentação do show da noite.
O rodeio não tem hora para começar e nem para acabar. Pode ser um evento  de uma hora ou até quatro horas. Está ali para tapar buraco e ajustar a agenda do artista.
Precisamos acabar com isso. O rodeio precisa ser reconhecido pelo organizador como atração fundamental do evento.
OK! Concordamos com isso.
E o que estamos fazendo para o rodeio ser atrativo?
Nada!
E visualmente o que é o rodeio?

Um competidor desafiando um animal, um locutor narrando e, às vezes, um comentarista explicando como foi sua montaria.
Em outras palavras, depois de cada montaria fica para o público, que “ousou” assisti-la, a seguinte informação na sua cabeça:
Um competidor desafiando um animal ( não vai mudar nunca ), a informação guardada na cabeça de todas as vinhetas com o nome do locutor repetidas várias vezes, o famoso “tour 2013”, o nome do DJ - que é mais conhecido que o Jesus Luz, ex-namorado da Madona, além do auxiliar de pista, motorista, maquiador, etc. O comentarista na sua grande maioria diz o que todo mundo viu e carrega de informações inúteis. Poucos dizem o que ninguém viu e aí sim entra o papel do comentarista.
Depois disso tudo, pergunte a alguém da arquibancada o nome do competidor e do animal. Menos de 5% saberá responder. Pergunte o nome do locutor e peça para repetir suas vinhetas. Certamente 40% saberá fazê-lo.
Sei do esforço dos locutores em fazerem o público se integrarem ao evento, chamando pra dançar, cantar, aplaudir, etc. Mas o principal de tudo não é valorizado – a montaria!
Gente, a questão não é pegar no pé dos locutores. Sei que a maioria deles não gosta que façam críticas. Ninguém gosta. Mas alguém que falar. Na boa, chegue mais cedo um dia, sente na arquibancada do rodeio e assista seus companheiros de profissão, como qualquer cidadão assiste. Aí, Sr locutor, procure entender o rodeio como uma pessoa que vai uma vez por ano ao rodeio, eu disse UMA VEZ SÓ POR ANO. Não veja o locutor como locutor, mas o que ele está transmitindo para o leigo da arquibancada.  Aquele público precisa entender o que está acontecendo, quem está montando e no que está montando.
Procure entender também que, como o rodeio acontece invariavelmente uma só vez por ano em cada cidade, o público não conhece nenhum competidor. Poucos vão a outros rodeios e da mesma forma não assistem programas de televisão do nosso esporte. Ou seja, não conhecem quase nada do que vão ver. Para complicar ainda mais a montaria só demora 8 segundos e a ação de brete até o final da montaria, demora de um a dois minutos. Muito pouco tempo para se falar do competidor e do animal. O formato já não favorece a formação de ídolos.
No meu post anterior mencionei que o IRON COWBOY seria o formato ideal, pelo menos usá-lo como regra no último dia do rodeio. Como há uma disputa entre competidores com possibilidade de até quatro montarias de cada um durante um só dia, é perfeitamente possível uma empatia do público com algum deles, ou com todos eles.
Enfim, alguma coisa tem que ser feita.
Do jeito que está não dá para continuar.
Não podemos deixar morrer a galinha dos ovos de ouro.
Mas tem publicitário por aí que já matou!
Há um cartaz de rodeio, que vai acontecer dentro de um mês, que está rodando ai pelo Facebook, que trás apenas os shows e não diz absolutamente nada sobre rodeio e nem se vai ter.
É o fim da picada!
O rodeio tá tão chato que nem os publicitários estão perdendo tempo e espaço para mencioná-lo.

A opinião e texto expressos aqui são de inteira responsabilidade do autor.

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